sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Quem não sofre de uma dependenciazita?

Todos nós sofremos de dependências. Dependemos de tanta coisa e de tanta gente. Umas são boas, outras nem tanto e outras ainda podem levar à nossa destruição. O exemplo mais comum desta última é a toxicodependência mas outras há como a dependência do jogo, do tabaco, do álcool, da comida, etc.
Depender de alguém pode ser bom mas também pode ser mau...é disto tudo que se fala no programa "Dependências" da nossa Antena 3. Todos os dias às 13 e 40 e às 16 e 40. Ouçam e digam-nos de vossa justiça.
O psicólogo Paulo Soares sabe mais do que nós e fala sobre elas como ninguém.
Queremos conhecer opiniões, proponham-nos temas, dêem o vosso testemunho se sofrem de alguma dependência, coloquem as vossas dúvidas. Estamos cá para responder num tom nada académica e antes ao estilo de conversa de café...e sem fumo de cigarro apesar de sermos ambos fumadores.

6 comentários:

Anónimo disse...

confesso que não são os melhores motivos que me levam a querer escrever... mas como país livre que somos, também terei direito a opinar.. se até ao final do ano era uma rubrica que considerava interessante, confesso que a questão da lei do tabaco, e a v/ abordagem a ela, vieram alterar um pouco a minha opinião. serei só eu a achar um pouco "viciada" a posição por vós tomada???

Não sou fumadora, mas já fui... e nem por isso considero a lei como discriminante, mas sim como protectora! De que vale sensibilizar as pessoas para os problemas do tabaco, colocar rótulos a dizer "FUMAR MATA" se grande parte dos fumadores ainda considera o tabaco inofensivo?!?!! Que repercussões teve essa campanha?? quantos foram os que tiveram o cuidado de não fumar em locais onde estão crianças por perto, como nos restaurantes por exemplo..

aqui a questão que se põe, não é se a pessoa se quer auto-mutilar ou prejudicar, o tabaco é de venda livre e quem quer fuma!! Penso que aqui o que se impõe é a liberdade dos que não querem ser fumadores passivos. Principalmente das crianças!!!

Como todos sabem, os problemas respiratórios são cada vez mais frequentes nas crianças, aliás, nas crianças, jovens e adultos...

E acreditem em mim, só quem não tem estas doenças ou alguém próximo afectado é que lhes é indiferente..

custa assim tanto zelar pela saúde dos outros?!?! se por motivos de dependência, não se consegue ou não se quer deixar o tabaco, tudo bem, cada um manda na sua vida, mas não obriguem os outros a viver nesse ambiente...

ou então podia haver uma lei do género. "se não quer ser fumador passivo, não saia à noite, nem vá jantar fora! tranque-se em casa, porque você é que está mal!" talvez agradasse mais a algumas pessoas..

mas ... é só a minha opinião...

Tenho também a realçar que as comparações feitas, não foram de todo "Felizes" .. não sei..talvez se comparássemos esta lei com a entrada em vigor do uso obrigatório do cinto de segurança em todos os lugares... hmmm .. teria mais sentido.. pk neste caso, e volto a dizer, na minha opinião, não se trata do bem estar do próprio, mas de todos...

e numa coisa eu concordo com o que foi dito.. a falta de civismo é que origina estas leis... elas não eram necessárias se houvesse respeito uns pelos outros..

desculpem se disse algo menos correcto... mas ... senti que tinha de dizer..

Ema

SK disse...

E finalmente entrou em aplicação a legislação anti-tabaco. Finalmente!


Sim, bem sei que há muita gente que se indigna perante o que julgam ser uma restrição da sua liberdade pessoal, com argumentos que, por vezes, roçam o risível pela insustentabilidade dos mesmos.


Mas vamos lá ver.


Não existe liberdade pessoal quando o exercício dessa liberdade causa dano (comprovado) ou contraria a liberdade do concidadão. Por mais voltas que se possam dar, como é que se justifica que uma pessoa não fumadora tenha de levar com as baforadas dos fumadores, que, na sua grande maioria, se estão borrifando para os efeitos da sua prática no ar dos que estão próximos.


Alguns atalham imediatamente com a expressão da vontade, ou seja, se não quiser, não vou ao restaurante, ao bar, à discoteca.


Esse argumento é fraquinho por vários motivos.


Em primeiro lugar, porque as pessoas que trabalham nesses locais não estão lá "porque querem", ou será que a condição de não fumador deveria ser, na opinião dos fumadores convictos, elemento de restrição no acesso à profissão? Deveria mesmo depender da vontade dos trabalhadores empregados nesses locais o facto de escolherem tal posto de trabalho, dependento essa opção da suportabilidade do tabaco? Bem, isso seria mesma coisa que dizer a um trabalhador da construção civil que opera um martelo pneumático que só obteria o emprego se abdicasse dos tampões dos ouvidos, ou dizer aos mineiros que a ventilação eficaz dos poços das minas é opcional, porque afinal só lá vai quem quer. O que, claramente, é um absoluto disparate.


Em segundo lugar, só vai ao restaurante quem quer? Portanto, o facto de eu respirar ou querer respirar decentemente no local onde como é um cercear da liberdade dos que querem encher o local de fumo incomodativo e mal-cheiroso? Que diriam os senhores fumadores, enquanto empestam o ar e lêem o seu jornal em paz, se eu levasse um daqueles rádios (vulgo tijolo), e pusesse a tocar uma boa rajada de Metallica ou Rob Zombie, com o som no máximo, enquanto descansadamente degusto o meu sumo de laranja? Provavelmente davam-me com o tijolo na cabeça, ou saiam. E seria justo afastar a pessoa do local onde gosta de estar, só porque um idiota qualquer resolver perturbar o espaço contíguo com algo manifestamente incomodativo e nocivo à saude? (pulmões num caso, timpanos no outro). Pois é...


A verdade é que os fumadores passivos têm direito a essa protecção, especialmente aqueles que "não têm opção" quanto ao facto de frequentarem esses locais. A extensão da aplicabilidade da lei ao espaço publico fechado por natureza é apenas uma manifestação de respeito pela integridade física do próximo.


Se o civismo fosse uma nota dominante no comportamento dos fumadores, talvez a legislação fosse menos restritiva, porque alguém teria o bom senso e educação de tentar fumar menos ou ter mais cuidado com os que não fumam nos locais públicos. Mas como a maioria se está a cagar, a coisa enrijeceu. É a história da fundamentação coerciva na estatuição das normas quando a educação não produz resultados.


Aceito que, se um local tiver a adequada capacidade de extracção, que existam zonas de fumadores, mas a verdade é que a realidade dos espaços públicos não é essa. Até locais bem arejados, com sistemas de ventilação decentes sabem que colocar uma zona fumador e não fumador implica uma fronteira inexequível no que diz respeito à organização do espaço, logo optaram por ser "locais não fumadores". Se alterarem e o sistema de extracção for eficaz, não serei eu a contestar. Desde que não perturbem o próximo não fumador, be my guest and nail all the coffin's nails your little heart desires.


E o alarido vai passar, por várias razões. Fuma-se no cinema? Em exposições? No teatro? Nos transportes? Não. E os fumadores deixaram de lá ir? Não. Não nego que custe a um fumador não poder exercer o seu prazer (não entendo o conceito de vícios não prazenteiros, excepto as dependências profundas, e mesmo essas, como dizia o Irvine Welsh, é porque em algum momento são mesmo muito boas), mas este não deve sobrepor-se ao que é um molestar do bem estar de cariz físico. Não se trata de diferendos de opinião, mas sim a consequências e incómodo físico.


Quem me conhece sabe que se há coisa que me repugna é qualquer cercear moralista ou inexplicável às liberdades cívicas e pessoais, assentes no consentimento do próprio e desde que isso não ponha em cheque a integridade (comprovada) dos outros. Por exemplo, acho idiota que se obrigue o motociclista a usar capacete. É a sua integridade pessoal. Se ele cair e rebentar as ventas, é uma decisão sua e que o afecta apenas a ele. Mas fumar não é um acto isolado, não pertence apenas à decisão ou livre arbítrio do fumador. Afecta outros, e como tal, não pode esconder-se debaixo da capa da liberdade pessoal, o que constitui um argumento, em meu ver, desonesto. A liberdade pessoal não pode interferir em coisas tão concretamente determináveis como o incómodo e danos à saúde (do outro) provocados pela porra do tabaco e afins.


A verdade é que o pesadelo de milhares de pessoas, que não podiam entrar num café pela manhã sem sairem de lá meio intoxicados, ou de profissionais diariamente maltratados por colegas "chaminés", ou de apreciadores de restaurantes que simplesmente não podia dar uma garfada sem que alguém começasse a queimar alcatrão, se não acabar, vai pelo menos abrandar.


E eu, pessoalmente, ex-asmático/bronquítico e actualmente alérgico, agradeço. E acho que muitos o farão também, pelo exercício de um direito há muito negado pela convencionalidade social de um acto que só diz respeito ao próprio, desde que, óbvia e comprovadamente, não prejudique ninguém.

Cumprimentos a todos

SK

MSR disse...

É tão bom "senti-los" connosco...
Embora fumadores, nem eu, nem o Paulo Soares concordamos em prejudicar a saúde de terceiros, e fumamos nos lugares certos e, claro, nas nossas casas...e aí ninguém tem nada a ver com isso.

Luis Oliveira disse...

Boa tarde,
Terei de concordar com o comentário da senhora Ema Gomes e identifico-me um pouco com o comentario "se até ao final do ano era uma rubrica que considerava interessante, confesso que a questão da lei do tabaco, e a v/ abordagem a ela, vieram alterar um pouco a minha opinião."

Eu não sou fumador e nunca fui.

E se queremos falar em descriminação falemos da antiga lei. Eu como não fumador (e pessoa com problemas respiratorios - asma) via-me obrigado a não ir a bares e evitar restaurantes porque me era completamente impossivel respirar lá dentro.

Dizem -"Agora mudou o habito... os fumadores de vez enquando terão de sair dos bares para fumarem um pouco" mas eu antigamente tinha de fazer exactamente a mesma acção - de vez enquando tinha de sair um pouco dos bares para poder respirar um pouco (sentia-me sufocado em certos bares). A diferença é que um ar puro nao incomoda ninguem...

De resto concordo plenamente que isto tudo é uma questão de falta de civismo mas no fundo... não é um pouco isso um dos objectivos das leis? Obrigar as pessoas a fazer ou proibir de fazer algo já que elas de livre vontade (só pelo facto de acharem que é o mais correcto) não o fazem?

De resto, os meus parabens pelo programa que têm muita informação e com grande qualidade.

Cumprimentos

Luis Oliveira disse...

Só mais uma coisa...
Voces andam a anunciar o blog (e ouvi isso, dia 17 de jan) como "dependencias3@blogspot.com", o que está incorrecto...
é "dependencias3.blogspot.com" :)

Cumprimentos

Anónimo disse...

Boa tarde...concordo plenamente com o comentário da Ema Gomes! Desde o principio q acompanho a vossa rubrica e realmente fiquei desgostosa aquando da entrada da lei do tabaco. Penso q a vossa aboradagem não foi a melhor... penso q vos aconteceu o mesmo q a muitos técnicos deste país q, por serem fumadores, perderam um pouco o senso do correcto. Penso q chegaram ao ponto de se contrariarem... se por um lado exigem técnicos para campanhas antitabágicas, por outro não apoiam a lei q impede de fumar em recintos fechados. Hoje, nalguns centros comerciais já se nota a diferença, o ar está mais limpo. Não deveria ter sido necessário ter chegado ao extremo de se impor uma lei, se cada fumador q entrasse num recinto fechado tivesse consciência do mal q está a fazer a todos q frequentam o mesmo recinto.
Não levem a mal... é dificil aceitar criticas, mas na realidade como técnicos q tratam da "dependências" no q diz respeito ao tabaco, a vossa abordagem não foi a melhor.
Alexandra