segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

5 por cento dos portugueses são alcoólicos

Já várias vezes Paulo Soares admitiu, na nossa rubrica sobre dependencias, que Portugal é um país de alcoólicos e o que é facto é que os números - aos quais não podemos dar crédito total já que são relativos aos que procuram ajuda - nos dizem isso mesmo. Cerca de 5 por cento dos portugueses é alcoólico, isto quer dizer que meio milhão de pessoas recorre ao álccol para viver. Deste meio milhão só cerca de mil pessoas admite o problema e procura ajuda nos Alcoólicos Anónimos (AA).
Sabiam que as mulheres caminham mais rapidamente para o alcoolismo? Pois é. Não porque queiram mas porque existem diferenças biológicas entre homens e mulheres. E esta afirmação que aqui deixo tem a ver com com a forma como o elemento feminino metaboliza o álcool, ou seja, têm menos álcool dehidrogenase que é, afinal, a enzima no revestimento do estômago que começa a transformar o etanol em licor, e ainda com o facto de ter menos água corporal.

2 comentários:

SK disse...

Havia uma cena muito engraçada num filme também ele interessante, chamado "The Life of DAvid Gale" (onde Kevin Spacey contracena com a primeira aparição de Rhona Mitra) onde o reitor de uma universidade, se não me falha a memória, ao apanhá-lo a beber whisly,o tranquiliza a ele, mas assusta com certeza o observador médio.
Dizia o reitor que uma vez que a população escolar lá do sítio funcionava toda ela a Prozac, no caso da personagem de Spacey o álcool era toda uma perspectiva refrescante.
Ora isto é preocupante, na medida em que a normalidade começa a ser aferida pelas muletas. A lógica parece assentar na perspectiva de que toda a gente tem uma espécie de dependência que funciona como esponja emocional, e a inoperância pessoal sem a muleta cria fenómenos que parecem ir da astrologia aos gurus, e quejandos.
O álcool é subreptício no surgir, mas tremendamente resistente. É estranhamente como o fluido de que é feito. Consegue por vezes penetrar em todos os locais, até mesmo nas defesas mais esconsas. E a dependência assente na alienação, no desligar mais ou menos eufórico tem como consequência aquilo em que resulta qualquer queda de uma andas. Uma lotaria de danos, sendo que alguns por vezes não permitem reequilíbrios.
Em Portugal beber é um hábito que vai muito para além da perspectiva da embriaguez. Temos vinhos de sonho e um clima que puxa. Mas é de dentro que vem a compulsão.
Como em muita coisa, num desejo de nova normalidade... seja lá o que isso for.

Bom dia!

SK

Elvascidade disse...

É realmente preocupante e o que se nota nas camadas mais jovens da nossa sociedade explica toda essa dependência. Existem cada vez mais adolescentes a consumirem álcool em quantidades indústrias.
Cumprimentos e parabéns pelo blog.

www.cidadelvas.blogspot.com