sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Os homens já não são o que eram e aquele ditado que diz "os homens querem-se feios e a cheirar a cavalo" já fugiu 'à carga', ou seja, deixou de fazer sentido. As massagens, os cremes, e as cirurgias plásticas e quejandos deixaram de pertencer ao universo narcísico feminino.
Ah, pois é, meninos...segundo uma notícia de hoje do jornal "Público" 20 por cento das lipoaspirações e cirurgias plásticas que se fazem no nosso País são requisitadas pelos homens. Já é um número considerável se olharmos para trás, e não é preciso recuar muito, para percebermos que este universo era visto pelos homens como sinónimo de mariquice.
Pois eu, que sou mulher, acho muito bem que as façam, da mesma maneira que as mulheres, quando são realmente necessárias e sem extirpar aquilo que lhes atribui personalidade.
De todas as cirurgias plásticas feitas em Portugal, as que mais se fazem são as lipoaspirações, aquelas que são bem mais baratas no Brasil - a terra mágica do corte e costura no corpo humano - e os homens também já as reclamam, embora as que mais requisitam são as de correcção ao nariza, as rinoplastias que, muito facilmente, se camuflam com problemas de saúde - "ah, não respirava bem", "ah, tinha o septo nasal torto", "ah porque ressonava muito" - mas que dão jeito para dar conta daquele altinho no nariz, ou da batata que lhes vale as alcunhas que lhes atormentaram os dias de escola.
O especialista Vitor Santos Fernandes que falou ao jornal "Público" afirmou que "as rinoplastias são as mais feitas aos homens. Esxiste uma carga importante do nariz do homem, talvez tenha a ver com aspectos relacionados com a masculinidade e virilidade". Masculinidade? Virilidade? O nariz?
Muito mal vão os homens se medem isso pelo nariz. Então não é mais fácil assumirem que não gostam é do nariz que as mãe e o pai lhes deram? Aiiiii.

1 comentário:

SK disse...

Tendo em conta todo o movimento de acesso da mulher ao núcleo da sociedade, o que lhe era devido por questões de civilização cidadania e igualdade, surge um novo fenómeno anexo. Esse fenómeno reproduz-se na exigência, e a mesma passa pela perspectiva física. As mulheres estão a exigir o que sempre lhes foi exigido, e, à falta de melhor expressão, é apenas simples justiça retributiva. Os homens têm de cuidar-se, porque afinal de contas, ao elemento mental juntou-se a exigência física, e essa pressão está finalmente distribuida pelos dois sexos. Como diz o post, acabou-se a era da rudeza e descuido, caso não se queira perder o comboio. Claro que a plástica é um elemento talvez, em alguns casos, que roce o extremo, mas a verdade é que a exigência sempre foi uma realidade da organização social. As pessoas com encanto pessoal, seja ele intelectual ou físico, ou desejavelmente ambos, sempre tiveram mais saída. Agora existem é mais pessoas dispostas a cuidar-se, e em virtude disso, a exigir. E como tal, fenómenos paralelos aparecem, como as dependências correlacionadas. E como tudo o que é desequilíbrio, acaba por criar patologias. Obsessões. Crises e fragmentação na tentativa de se encontrar quem se é...
Boa sorte para (nós) todos.

Bom dia a todos.

SK